sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Estudo do Fenómeno da Comunicação Perspectiva Histórica da Evolução da Comunicação/Educação (Jean Cloutier)



A comunicação é um conceito na qual todos temos uma ideia sobre a sua natureza, talvez pela naturalidade com que falamos, escrevemos e nos relacionamos uns com os outros. Para muitos, comunicação não passa de mera fala ou escrita, mas para outros é a solução para os problemas do homem e até da sociedade.
A comunicação invade todas as áreas das relações humanas, desde o mundo económico, politico, meios de comunicação social, publicidade, mundo religioso, grupos, organizações, Ciências cognitivas, inteligência artificial e a informática.
A comunicação é uma palavra com uma multiplicidade de sentidos e significações. Segundo o autor Manuel João Vaz Freixo, na história da comunicação há uma diversidade de configurações que lhes é devida e própria do tempo. Esta configuração inserida no meio económico, social, técnico e mental e nas suas diferentes escalas local, regional, ou internacional produzem um conceito de comunicação dominante, que na passagem de uma configuração a outra dão-se continuidades e rupturas.
Em síntese, o conceito de comunicação melhora-se imensas vezes numa figura “nova”, sem se abstrair do que está para traz. Prova disso são as teses de Jean Cloutier que nos apresenta os diferentes estádios da evolução da comunicação ao longo dos tempos. Assim a história e evolução da comunicação acompanham a história e evolução da educação; há como que uma congruência e compatibilidade da comunicação/educação.
Jean Cloutier fala-nos de quatro fases que se apresentam sobrepostas e cada uma delas é caracterizada pela utilização de novas formas de comunicação que alteram a sociedade e que estabelecem novo tipo de comunicação.
A primeira fase de comunicação, segundo Jean Cloutier, designa-se de “comunicação interpessoal”, em que o homem comunicava através do seu corpo, sons e gestos articulados, formando palavras. Nesta altura a comunicação não era “puramente” linguística, mas sim totalizada com os gestos que faziam parte integrante dela. Esta comunicação era limitada à sua capacidade auditiva e visual. Assim o Homem era, o único médium de comunicação, e sendo o único meio de duração da comunicação do homem é extremamente limitada, confinando-se ao momento em que é produzida. Logo a comunicação estava reduzida ao período de sua vida. Por isso o homem “confessava” a sua comunicação a outros Homens.
Nesta primeira fase da comunicação ocorria num âmbito de aprendizagem familiar, em que a grande aprendizagem era assegurar a subsistência, a herança cultural e descobrir uma Identidade comunitária.
É nesta segunda fase de comunicação, segundo Jean Cloutier “Comunicação Elite”, que surgem as grandes “revoluções do homem” primitivo que passa das representações icónicas à escrita, ou seja, o Homem transpõe (“galga”) o seu pensamento e os objectos do mundo que o rodeia para esquemas, desenhos, ritmo, música e sobretudo a escrita fonética (Linguagens de transposição). Na comunicação vence-se, portanto, de certo modo o espaço e o tempo uma vez que as mensagens são registadas em papiro ou em pergaminho e mais tarde em papel, coisa que não acontecia na primeira fase.
Na segunda fase da comunicação de elite surge a escola enquanto estrutura educativa em que esquemas, desenhos, ritmo, música e sobretudo a escrita fazem-se num contexto determinado e não tanto no ambiente familiar. A Escola aparece porque passa a existir um uso progressivo da linguagem escrita, e da crescente complexidade das sociedades.
A terceira fase de comunicação, segundo Jean Cloutier, designa-se “comunicação de Massa”, onde ensinam as “linguagens de amplificação”( imprensa, tipografia, telégrafo, telefone, rádio e cinema), criadas a partir dos media colectivos. Com a comunicação de massa dá-se uma amplificação de mensagens, que dão resposta ao desejo do homem de as ver multiplicadas como por exemplo a imprensa. Com a chegada da imprensa, tipografia, telégrafo, telefone, rádio e cinema, a escrita, a imagem e o som ganham ampla divulgação junto das massas populares.
Com a comunicação em massa em qualquer lugar passa a ser uma Escola paralela. A escola paralela gerou três movimentos distintos sobre a relação com a escola.
O primeiro defendido por Ivan lllich diz-nos que “ que o homem pode aceder aos conhecimentos através dos media, ou objectos educacionais”, ou seja, uma sociedade sem escola.
O segundo autor, Louis Porcher, fala-nos da concorrência entre a escola e a escola paralela (media), afirmando que “há avanços da escola paralela e da capacidade de difusão dos novos media”.
O terceiro autor,La Borderie” fala-nos de uma complementaridade entre família, meio ambiente ou dos media. Assim o autor afirma “ a escola será um espaço complementar de encontro das diferentes formas de interpretar o mundo”.
A quarta fase de comunicação, segundo Jean Cloutier, designa-se “comunicação Individual” em que gravação, sons e imagens são acessíveis a todos. Aparecem novos media e novas linguagens, sendo estes que passam a ser individuais, são chamados self-media. Os media individuais ou self-media, transformam a comunicação numa “comunicação Individual”. Esta fase, segundo Jean Cloutier, chama-lhe “episódio da vida enquanto Emissor e Receptor”.
A comunicação individual, segundo Jean Cloutier, é a possibilidade de ter acesso a mensagens sempre disponíveis e também a capacidade de se exprimir, não só através da palavra falada ou escrita, mas também através do som e da imagem. Assim Ele (Homem) já não é informado, Ele informa e se informa. O Homem é o ponto de partida e de chegada da comunicação.
Esta fase da comunicação, aparecimento da tecnologia, vem permitir ao Homem o acesso a uma multiplicidade de mensagens e expressão de linguagens diversificadas. Assim, temos um Homem “Novo”, o “homo comunicans”.
Neste “Mundo Novo” (mundo tecnológico) o papel do professor/aluno altera-se passando assim o aluno a ser o auto-educando, tendo acesso ao saber por si próprio, através de uma aprendizagem autónoma. O professor liberta-se de funções informativas, para exercer funções mais formativas.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Pós-graduação TIC

A criação do blog é para a pós-graduação de Tecnologias da Informação e da Comunicação - 5º Edição.
As Tecnologias de Informação e Comunicação são fundamentais e essenciais ao desenvolvimento pessoal e social do ser Humano.